Prejuízo médio com golpes digitais cresceu 21% em 2025, diz Silverguard

29 de outubro de 2025

por Redação da Abranet

Prejuízo médio com golpes digitais cresceu 21% em 2025, diz Silverguard

A terceira edição da pesquisa Golpes com Pix, da Silverguard, apontou que o prejuízo médio por vítima subiu 21% em relação a 2024, alcançando R$ 2.540. O levantamento, divulgado em 28 de outubro, analisou mais de 12 mil denúncias recebidas pela Central SOS Golpe e aponta um cenário de profissionalização das fraudes, que movimentam bilhões de reais todos os anos.


Os dados levantados pela pesquisa ajudam a dimensionar a gravidade do cenário: só em golpes de engenharia social, ou seja, aqueles no qual o criminoso engana a vítima a fazer um pagamento, as perdas chegaram a R$ 51 bilhões nos últimos 12 meses. Vítimas com 60 anos ou mais perdem, em média, cinco vezes mais do que jovens de 18 a 29 anos. As empresas, por sua vez, registram prejuízos médios de R$ 5.200, o equivalente ao dobro do valor registrado por pessoas físicas, de acordo com dados da Silverguard.

 

Uma das estratégias de golpe identificada pela pesquisa é a mudança no destino do dinheiro roubado. Se antes os recursos iam, em sua maioria, para contas de pessoas físicas, agora 65% dos golpes — dois a cada três — têm como beneficiárias contas empresariais: principalmente LTDA. (91%), seguidas por MEI e S.A.


Em 2024, a pesquisa registrou que 42% dos golpes tinham como destino contas Pessoa Jurídica (PJ). Esse estratagema do crime dificulta os bloqueios, dá aparência de legitimidade e se confunde com disputas comerciais reais.


De acordo com Marcia Netto, CEO da Silverguard e coordenadora da pesquisa, os  golpes digitais deixaram de ser práticas amadoras e o que se vê hoje é uma indústria criminosa altamente estruturada, que movimenta bilhões, aluga contas PJ, compra anúncios em redes sociais e funciona como uma empresa paralela ao mercado formal. Estamos diante de um crime organizado digital que cresce em escala e sofisticação.


O estudo também traz um ranking dos Estados mais afetados. Alagoas lidera em valor médio de prejuízo por golpe (R$ 3.370), seguido por Espírito Santo (R$ 2.890) e Roraima (R$ 1.880). Em São Paulo, o maior mercado financeiro do país, a perda média ficou em R$ 1.600. Já o Rio Grande do Norte aparece com a menor média registrada, de R$ 650 por vítima.


O levantamento revela ainda os caminhos preferidos dos criminosos. Quase dois terços dos golpes têm origem em plataformas da Meta: o WhatsApp responde por 29,6% dos casos, o Instagram por 21,4% e o Facebook por 13,1%. O Telegram, em ascensão, já concentra 11,8% das ocorrências – um crescimento de 61% em relação a 2024. Golpes em aplicativos de jogos também dispararam, com alta de 355% em apenas um ano. Ainda que representem só 1,8% dos casos, as ligações telefônicas provocam o maior prejuízo médio: R$ 6.200 por vítima, sendo um terço delas do tipo spoofing, quando o golpista se passa por um número conhecido.
 

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