Mobilidade sustentável: quando a tecnologia acelera o futuro das cidades

01 de outubro de 2025

Mobilidade sustentável: quando a tecnologia acelera o futuro das cidades

Por Solange Calvo*

 

A busca por mobilidade urbana sustentável é hoje uma das maiores urgências dos grandes centros em todo o mundo. Nesse cenário, a tecnologia surge como protagonista dessa transformação ao permitir a redução de emissões de carbono por meio da expansão dos carros elétricos e do uso de energias mais limpas. Este foi o foco do painel “Mobilidade Urbana: Infraestrutura, legislação e segurança”, durante o Futurecom 2025, em São Paulo.

 

Participaram do debate, mediado por Mauro Periquito, conselheiro da 3R Logtec, Ellen Gonçalves, presidente da Comissão Permanente de Defesa do Consumidor, da OAB-SP; Evair Gallardo, diretor da Abranet; Maria Teresa Lima, diretora-executiva para Governo da Claro Empresas; e Paula Maia, Head de EV da 99.

Os participantes defenderam que a conectividade digital impulsiona uma revolução nos transportes públicos, alinhando serviços às expectativas da população. Informações em tempo real, como a previsão de chegada dos ônibus nos pontos, elevam a qualidade da experiência do usuário e fortalecem a confiança em alternativas mais humanas de locomoção, de acordo com Maria Teresa.

 

Desafios na trilha

 

No entanto, na avalição de Paula, o futuro promissor da mobilidade elétrica esbarra em um desafio concreto: a falta de infraestrutura de abastecimento. Embora a frota de veículos elétricos cresça, a escassez de pontos de recarga continua sendo um entrave para a expansão em larga escala.

 

A alternativa inteligente, destacou a executiva da 99, é a união de esforços entre os vários integrantes do ecossistema de mobilidade do mercado. Ampliar a rede de carregadores rápidos e acessíveis, prossegue Paula, é uma necessidade urgente para que o carro elétrico se consolide como alternativa viável e competitiva no cenário urbano.

 

“A 99 é pioneira na transição energética do transporte urbano, mas sabemos que nada se constrói sozinho. Com essa motivação, criamos a Aliança pela Mobilidade Sustentável, em 2022, para promover a eletrificação de veículos e impulsionar a transição energética no País.”

 

A iniciativa, ela prossegue, reúne 23 empresas e já evitou a emissão de 18,5 mil toneladas de CO₂, contabilizando investimento de mais de R$ 300 milhões em veículos elétricos, recarga e modelos de negócio mais sustentáveis. “Hoje, mais de 19 mil motoristas parceiros da 99 utilizam veículos elétricos ou híbridos no app. Juntos, já realizaram mais de 20 milhões de corridas com emissão reduzida de carbono”, celebra Paula.

 

Gallardo reascendeu a questão da necessidade da ampliação da conectividade, em especial nos pequenos municípios e localidades longe dos grandes centros urbanos. “A Abranet incentiva e apoia os provedores de internet de pequeno porte, porque eles são a saída para a prestação de serviços nessas regiões”, defendeu, acrescentando que todos os associados são provedores ou fornecedores de equipamentos.

 

Transporte público mais humano

 

Maria Teresa reiterou o comprometimento da Claro com a melhor experiência do usuário, em uma jornada urbana mais saudável, reduzindo o estresse de milhares de trabalhadores em sua locomoção diária para o trabalho.

 

“Um dos exemplos do nosso empenho é o contrato recentemente firmado com a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos – CPTM para a prestação de serviços de levantamento de dados sobre o fluxo de deslocamento de pessoas no Estado de São Paulo”, ressalta.

 

Entre os recursos proporcionados estão o uso de registros gerados por usuários de telefonia móvel para identificar padrões de movimentação. As informações serão disponibilizadas à CPTM em uma plataforma online e ainda por meio de interface de programação (API), o que permitirá o acesso direto aos dados.

 

“Dessa forma, será possível oferecer subsídios técnicos para planejamento e melhorias na rede de transporte metropolitano, ajudando a compreender melhor os deslocamentos da população e apoiar decisões estratégicas sobre oferta de trens e investimentos em infraestrutura”, completa.

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