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Brasil precisa alinhar redes e energia para suportar nova geração de data centers

27 de agosto de 2025

Brasil precisa alinhar redes e energia para suportar nova geração de data centers

A inteligência artificial, somada à expansão do cloud computing e à digitalização massiva, está forçando uma reconfiguração estrutural dos data centers. Não se trata apenas de colocar mais servidores ou aumentar a largura de banda: a demanda por baixa latência, alta performance e eficiência no consumo de energia exige que infraestrutura física, conectividade óptica e fornecimento elétrico caminhem de forma orquestrada e inteligente.

Esse foi o tom do painel “Integração de Sistemas com Redes e Infraestruturas Físicas de Data Centers”, realizado  no “Data Center AI & Cloud Summit”, evento sobre o futuro da infraestrutura e da inovação digitais promovido pelo Tele.Síntese.

Para Wellington Menegasso, diretor de vendas do Grupo de Soluções de Infraestrutura (ISG) da Dell Technologies, o salto de exigência provocado pela IA é brutal. “As cargas de trabalho mudaram completamente. Antes, um rack consumia até 20 kVAs. Hoje, um único servidor com 8 GPUs consome 15 kVAs”, afirmou. Segundo ele, esse novo perfil demandou o redesenho completo da arquitetura: redes com latência inferior a 100 nanosegundos, refrigeração líquida e sistemas de telemetria conectados à nuvem da própria Dell para monitoramento em tempo real.

A reformulação não se limita ao hardware. A própria lógica de distribuição de dados e recursos computacionais muda. “Estamos falando de ambientes com inteligência nativa, otimizados para performance e eficiência”, completou Menegasso.

Construção industrializada reduz prazos e riscos

Essa transformação no uso da tecnologia impôs também um novo paradigma de construção. Marcos Paraiso, vice-presidente de desenvolvimento de negócios da Modular, destacou que métodos tradicionais de obra não atendem mais aos prazos exigidos pelo mercado. “A IA acelerou tudo. Com crescimento de até 30% ao ano na demanda por data centers, precisamos construir mais rápido, com qualidade e previsibilidade”, explicou.

A Modular adotou um modelo de industrialização que antecipa 70% da construção para dentro da fábrica. “Não se trata de container: é estrutura de aço, engenharia de precisão, conectividade embarcada. Com isso, entregamos projetos em 9 meses que, pelo modelo tradicional, levariam 20 ou 24 meses”, disse. Ele apontou que, em grandes operações, é preferível manter a escala horizontal (com múltiplos blocos) a verticalizar para não sobrecarregar a infraestrutura crítica.

Do lado das redes, o salto também é evidente. Décio Coraça, diretor de engenharia de vendas da Ciena, afirmou que a interligação entre data centers deixou de ser elemento de bastidor para se tornar central nas estratégias digitais. “Estamos falando de canais com até 1,6 Tbit/s em duas unidades de rack, com consumo de energia e espaço físico reduzidos. A demanda é dinâmica, exige automação completa e interfaces abertas”, disse.

Para a Ciena, não basta oferecer velocidade. É preciso garantir escalabilidade, economia de energia e flexibilidade. “Trabalhamos com chips próprios, moduladores de última geração e arquitetura aberta. A conectividade hoje tem que ser elástica, programável, pronta para ativação em tempo real”, detalhou.

Energia: gargalo de transmissão e necessidade de previsibilidade

A energia, essencial para sustentar a densidade computacional dos data centers de IA, é o ponto de alerta. Francisco Scroffa, head de mercado não regulado da Enel, afirmou que a empresa vem reposicionando ativos para atender à demanda digital. “Temos energia limpa, temos infraestrutura. Estamos transformando térmicas antigas em locais ideais para data centers, com rede já pronta”, explicou.

No entanto, o gargalo não está na geração, mas na transmissão. “A energia está no Norte e Nordeste. O consumo está no Sudeste. A rede não dá conta de levar tudo isso com segurança e confiabilidade”, alertou. A Enel tem orientado clientes a migrar suas operações para regiões próximas às fontes renováveis da empresa, garantindo fornecimento contínuo e melhor custo-benefício.

Leonardo Euler de Morais, vice-presidente de assuntos regulatórios, institucionais e governamentais da Vestas para a América Latina, reforçou esse diagnóstico. “O Brasil tem vocação energética, mas não está assegurado para ser hub digital. Precisamos de energia firme, renovável, acessível e 24/7”, disse. Ele defendeu uma reforma urgente no setor elétrico, a expansão da malha de transmissão e políticas públicas que integrem geração, armazenamento e uso inteligente. “Dados e elétrons precisam caminhar juntos. IA não é só software — é consumo massivo de energia”, resumiu.

Gestão inteligente e riscos de cibersegurança

No campo da gestão operacional, Marcelo Duarte, ICT global leader na Emerging International, apresentou o conceito de data center apagado — ambientes operados com mínima intervenção humana, sob controle de agentes autônomos. “Nosso data center em Curaçao já funciona com IA operando níveis críticos da infraestrutura. Ferramentas como Grafana, Datadog e Dynatrace monitoram tudo: energia, refrigeração, falhas”, explicou.

Mas a automação abre também novas superfícies de ataque. “Já identificamos tentativas de hackers de acessar o sistema de refrigeração via APIs expostas. Quando se integra tudo, é preciso proteger tudo”, alertou Duarte. Ele reforçou que a cibersegurança precisa ser pensada desde o projeto físico até a camada de software e orquestração.

A Padtec também vem se reposicionando. Alexandre Piovesan, diretor de produtos da companhia, explicou que a empresa reformulou alimentação elétrica, ventilação, densidade por rack e suporte a ópticos coerentes para atender ambientes com maior exigência térmica e de banda. “Hoje temos soluções 100% preparadas para plugáveis coerentes, já implementadas em hyperscalers”, afirmou.

Além disso, a Padtec tem atuado em diálogo com o governo federal, FINEP e BNDES para criação de políticas de incentivo à expansão da infraestrutura digital — principalmente no Nordeste, região com melhor perfil energético para o setor. “Produzir é fundamental, mas precisamos criar instrumentos que viabilizem o uso. Financiamento, crédito e planejamento são peças-chave”, disse Piovesan.

Fonte: portal Tele.Síntese, Simone Rodrigues*

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