6GHz: Anatel mantém leilão para 2026 e sustenta defesa da divisão da faixa entre Wi-Fi e 5G

10 de julho de 2025

por Da redação da Abranet

6GHz: Anatel mantém leilão para 2026 e sustenta defesa da divisão da faixa entre Wi-Fi e 5G

A Anatel mantém a decisão de dividir a faixa de 6GHz - com 1200 MHz - e a realização de um leilão em 2026, revelou o superintendente de Outorga e Recursos à Prestação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Vinicius Caram, que participou de audiência pública na Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação (CCTI) da Câmara dos Deputados para discutir a divisão da faixa de 6 GHz entre serviços de Wi-Fi e redes móveis no Brasil. A Anatel prevê, agora, 500 MHz para o uso não licenciado e 700 MHz para as aplicações IMT.

Caram reforçou a proposta da Agência de alocar a parte inferior da faixa (5.925–6.425 GHz) para Wi-Fi 6E/7 e a parte superior (6.425–7.125 GHz) para redes móveis (6G), alinhando-se a 80% dos países que adotaram essa divisão em fóruns internacionais, como a Conferência Mundial de Radiocomunicações (WRC-23).

Mencionou que canais maiores (200 MHz ou mais) são essenciais para aplicações avançadas, como holografia, inteligência artificial e conectividade industrial (B2B), além de permitir a expansão da cobertura em áreas remotas — 80% do território ainda está sem acesso. E ao final, garantiu que a proposta não prejudica a evolução do Wi-Fi, que continuará operando em 2,4 GHz, 5 GHz e parte da faixa de 6 GHz, com canais de até 320 MHz.

Posição endossada pelo diretor de regulação e inovação da Conexis, que representa as grandes operadoras, Fernando Soares. Não estamos pedindo exclusividade de espectro, há espaço para ambas as tecnologias. A faixa de 6 GHz deve ser usada conforme os interesses do consumidor, disse. Mas há quem questione. O setor de satélites teme o uso dos 6 GHz outdoor justamente pelo risco de interferências. Para Mauro Wajnberg, presidente da Abrasat, é preciso assegurar a adequada proteção ao satélite é medida necessária para garantir espectro suficiente à sociedade.

Ele lembrou que a faixa de 6 GHz é atribuída em caráter primário ao serviço fixo por satélite e já é utilizada por satélites brasileiros. Enquanto a Anatel previa a destinação apenas para o Wi-Fi com baixa potência, a Abrasat não via riscos maiores de interferência, mas a associação está agora apreensiva com relação ao uso com o 5G, onde a potência dos transmissores é muito maior.

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