O futuro chegou. E trouxe sensor, enzima e GLP-1! Tá preparado?

07 de julho de 2025

por Redação The Shift

O futuro chegou. E trouxe sensor, enzima e GLP-1! Tá preparado?

Energia limpa. Saúde personalizada. Agricultura sustentável. Sistemas confiáveis de informação. As tecnologias emergentes de 2025 apontam para um futuro cada vez mais integrado, em que “a conquista científica encontra o potencial prático para atender às necessidades globais”, na visão do Fórum Econômico Mundial (WEF).

O relatório “Top 10 Emerging Technologies 2025” apresenta as inovações que prometem transformar a economia, sociedade e o meio ambiente nos próximos anos. A lista deste ano revela quatro tendências principais: 

  • Confiança e segurança em um mundo conectado
  • Biotecnologias de última geração para a saúde
  • Reformulação da sustentabilidade industrial
  • Integração de energia e materiais.

São tecnologias que apontam para formas mais sustentáveis de geração de energia ou que exploram biomateriais para tratar de doenças crônicas ou ainda formas de autenticar conteúdos nesta era de criaturas artificiais. Da mesma maneira que a lista de tecnologias de 2024 dialogava com o momento e com a promessa de um futuro melhor em que a tecnologia é o promotor de equidade, a seleção de 2025 se mantém otimista, apesar dos desafios regulatórios.

Veja a seguir as 10 tecnologias emergentes, segundo o Fórum Econômico:

  

1. Materiais Compósitos Estruturais para Baterias (SBCs)

Os SBCs (Structural Battery Composites) unem funções estruturais e de armazenamento de energia em um único componente, usando materiais como fibra de carbono e resina epóxi. Isso pode reduzir em até 10% o peso de veículos e aeronaves, elevando a eficiência de combustível em 6%-8% e ampliando o alcance dos veículos elétricos em até 70%. O setor de aviação pode ver melhorias de 15% na eficiência de combustível em voos de 1.500 km. O estágio de desenvolvimento ainda é inicial, com protótipos em testes na indústria aeroespacial e automotiva. O avanço depende de novos regulamentos e padrões de segurança para materiais de dupla função.

 

2. Sistemas de Energia Osmótica

Sistemas que convertem as diferenças de salinidade entre água doce e salgada em eletricidade – a energia osmótica, também conhecida como energia azul. O potencial global estimado de Osmotic Power Systems é de 5.177 TWh/ano, cerca de 20% da demanda mundial de energia elétrica. A startup Sweetch Energy já arrecadou € 25 milhões em investimentos, por exemplo. A energia osmótica pode transformar regiões costeiras com soluções híbridas de energia e água. Os desafios incluem custos e eficiência das membranas.

 

3. Tecnologias Nucleares Avançadas (incluindo SMRs)

Advanced Nuclear Technologies, incluindo pequenos reatores modulares (SMRs), oferecem geração de energia flexível, limpa e distribuída. SMRs podem atender comunidades remotas e indústrias até 2030, ajudando a dobrar a capacidade nuclear global até 2050. Investimentos bilionários em países como Coreia do Sul e Emirados Árabes Unidos apontam para a consolidação da tecnologia. O desafio está no custo inicial e na formação de mão de obra especializada.

 

4. Terapias de Vida Projetadas

Microrganismos geneticamente modificados que produzem medicamentos dentro do corpo. Engineered Living Therapeutics eliminam etapas caras da fabricação tradicional e oferecem tratamento contínuo para doenças crônicas. Empresas como Chariot Bioscience e Aurealis Therapeutics lideram ensaios clínicos. A regulamentação e a aceitação pública são pontos críticos para a expansão.

 

5. GLP-1s para Doenças Neurodegenerativas

Medicamentos GLP-1, já conhecidos no controle de diabetes, mostram potencial no tratamento de Alzheimer e Parkinson. O mercado global pode atingir US$ 55,7 bilhões até 2031. Ensaios clínicos mais longos e acessibilidade de custos serão determinantes para o sucesso de GLP-1s para Doenças Neurodegenerativas (GLP-1s for Neurogenerative Disease).

 

6. Sensores Bioquímicos Autônomos

Sensores Bioquímicos Autônomos (Autonomous Biochemical Sensing) monitoram continuamente saúde e meio ambiente, com aplicações em diagnósticos, segurança alimentar e qualidade da água. Sensores como os de glicose já são realidade; novos avanços miram hormônios e marcadores inflamatórios. Os maiores desafios são a integração dos dados e a regulamentação da privacidade.

 

7. Fixação de Nitrogênio Verde

Tecnologias verdes de fixação de nitrogênio (Green Nitrogen Fixation) visam reduzir a pegada de carbono da produção de amônia, responsável por 2% do consumo global de energia. O uso de hidrogênio verde e processos eletroquímicos estão próximos da viabilidade comercial. Isso pode transformar o setor agrícola e o transporte marítimo, com o amoníaco como combustível alternativo.

 

8. Nanoenzimas

Nanomateriais que imitam enzimas (Nanozymes), mais estáveis e baratos, com aplicações em saúde (detecção precoce de doenças, terapia contra câncer), meio ambiente (mitigação) e indústria (catálise). O mercado pode crescer a 27,4% ao ano até 2034, chegando a US$ 57,95 bilhões. Desafios incluem biocompatibilidade e regulamentação de novos produtos.

 

9. Sensores Colaborativos

Sensores distribuídos conectados a redes 5G e IA para criar ecossistemas inteligentes em cidades e transportes. Os Sensores Colaborativos (Collaborative Sensing) podem reduzir em até 78% as colisões veiculares com tecnologias V2X. O maior entrave é a falta de infraestrutura adequada e padrões globais.

 

10. Marca D’água Generativa

Marcações invisíveis para autenticar conteúdos gerados por IA, combatendo desinformação e deepfakes. Marca D’água Generativa (Generative Watermarking) é essencial para restaurar a confiança nos ecossistemas digitais. É necessária a criação de padrões globais para eficácia e adoção.


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