IA no varejo: mais cliques, mais conversão e menos emoção?

23 de abril de 2025

por Redação The Shift

IA no varejo: mais cliques, mais conversão e menos emoção?

Qual é a empresa que não iria comemorar um fluxo crescente de tráfego para suas páginas? No varejo digital, está acontecendo por cortesia da Inteligência Artificial (IA). Dados recentes revelam que a IA Generativa está enviando volumes crescentes de tráfego para páginas de varejo: só nos Estados Unidos, o tráfego vindo de ferramentas como chatbots e assistentes baseados em IA cresceu 1.200% entre julho de 2024 e fevereiro de 2025, de acordo com a Adobe Analytics.

Essa tendência vai além dos cliques: consumidores que chegam via IA visualizam 12% mais páginas, têm 8% mais engajamento e 23% menos taxa de rejeição em comparação com usuários vindos de outras fontes, como busca paga ou redes sociais. Esse novo padrão de comportamento ditado pela IA está afetando os dois lados do balcão: o lado das empresas e do lado do consumidor, como mostra a pesquisa com 5000 consumidores.

Segundo a Adobe, 39% dos consumidores já usaram IA Generativa para realizar compras online, e 53% pretendem adotá-la ainda em 2025. As funções mais populares incluem:

  • Pesquisa de produtos – 55%
  • Recomendação de itens – 47%
  • Busca por ofertas – 43%
  • Ideias de presentes – 35%
  • Criação de listas de compras – 33%

Esses dados mostram que a IA passou a ser uma aliada concreta no processo de decisão de compra – sobretudo em categorias como eletrônicos e joias, em que a taxa de conversão de consumidores vindos de IA é superior à média.

A emoção perdida (e como recuperá-la)

Apesar da sofisticação crescente e dos recursos que as ferramentas de IA e de automação proporcionam à experiência de compra online, 76% dos consumidores dizem que o e-commerce perdeu o fator “surpresa”. A pesquisa global “The Spark of Discovery”, realizada pela Criteo com 6.000 consumidores, mostra que:

  • 79% consideram a experiência de compra online solitária.
  • 78% acham o excesso de opções online opressor.
  • Apenas 18% comemoram datas importantes (como aniversários ou promoções) comprando online.

Tornar o digital mais humano é algo que a IA Generativa pode fazer. Segundo o estudo, 77% das marcas planejam usar IA para melhorar a fase de descoberta, enquanto 83% pretendem usá-la para melhorar a experiência do usuário, o que implica necessariamente em personalização.

IA como arquiteta de experiências personalizadas

A personalização é a grande promessa da IA. O CB Insights destaca que os dados transacionais de primeira parte – aqueles coletados diretamente pelas empresas – serão o ativo mais valioso para criar experiências personalizadas de ponta a ponta.

Um exemplo prático vem do Walmart, que está testando homepages personalizadas para cada visitante, usando IA para prever o que o consumidor deseja ver. Outro caso é a Omnicom, que lançou o ArtBotAI: uma ferramenta que usa dados de clientes e ativos criativos para gerar campanhas publicitárias sob medida.

Mas o futuro é ainda mais ousado. Em breve, agentes autônomos de IA cuidarão de toda a jornada de compra, como sugere o relatório “The Future of the Customer Journey: “Seu agente pessoal de IA avisa que o secador que você queria está com desconto. Ele confirma a entrega antes da sua viagem e, com sua aprovação, finaliza a compra. Mais tarde, sugere um shampoo complementar”.

O consumidor quer ser compreendido

A pesquisa da Criteo mostra que:

  • 50% dos consumidores aceitam compartilhar seus dados se isso resultar em melhores recomendações.
  • 43% esperam que as marcas usem esses dados para personalizar suas experiências.
  • 41% dizem se sentir mais positivos e confiantes na compra ao lerem avaliações positivas de outros clientes.
  • Apenas 29% se dizem influenciados por conteúdo de influenciadores, apesar de 55% das marcas acharem o oposto

Isso sugere que o futuro do varejo digital está menos em campanhas de massa e mais em conexões sinceras e personalizadas – e que dados + IA + storytelling podem ser a equação do sucesso.


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