IA e a ilusão do conhecimento: como transformar aprendizado em adaptação

11 de março de 2025

por Cristina De Luca

IA e a ilusão do conhecimento: como transformar aprendizado em adaptação

Olhar para o futuro pelas lentes do passado é um caminho sem volta para a frustração e o fracasso. E vem acontecendo frequentemente, sempre que as empresas aplicam paradigmas desatualizados a novas tecnologias, como a IA, garante Ian Beacraft, CEO e futurista-chefe da Signal and Cipher. A maioria (87%) das transformações de IA fracassa porque as organizações abordam esse novo paradigma tecnológico da mesma forma que abordaram o último.

Para ter sucesso na era da IA, precisamos desaprender os hábitos e estruturas da era digital e abrir caminho para novos aprendizados. No entanto, nosso sistema educacional é construído sobre uma coisa que está sendo rapidamente desvalorizada: a aquisição de conhecimento. Muitas iniciativas de treinamento deixam participantes com um novo senso de consciência, mas não de compreensão.

Algo preocupante, principalmente ao considerarmos que a rápida evolução das habilidades exigidas no cenário da IA cria um estado de “fluxo de habilidades”, em que certas habilidades podem se tornar obsoletas rapidamente, enquanto outras novas surgem. As organizações precisam se adaptar a esse ambiente dinâmico, o que pode ser um desafio tanto para a gerência quanto para os funcionários, explica Beacraft em sua apresentação no SXSW 2025. Navegar pela transformação provocada pela IA exige uma mudança fundamental de mentalidade, com foco na adaptabilidade, colaboração e disposição para aceitar a mudança. E há três coisas importantes que as organizações precisam entender para trazer a adaptabilidade para a conversa, segundo Beacraft:

 

  • A neurologia da aprendizagem. A maior parte da educação é sobre “o que é importante”, não sobre como trabalhar com seu cérebro para aprender ou entender por que é importante.

  • A compreensão das várias formas de inteligência. A maioria de nós se concentra apenas na inteligência cognitiva — exatamente o que a IA faz de melhor. Há dezenas de formas de inteligência sobre as quais nunca falamos em ambientes corporativos, e o domínio de muitas delas criará um valor divergente.

  • A criação de momentos para aplicação de habilidades emergentes. Ter espaços onde as pessoas possam aplicar novas habilidades com orientação e segurança.

 

Link para vídeo: https://youtu.be/q6SjHZHE81s

 


Texto originalmente publicado por The Shift. Reprodução autorizada exclusivamente para a Abranet. A reprodução por terceiros, parcial ou integral não é permitida sem prévia autorização.

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