Prestadores de pequeno porte respondem, em média, por 64% do total de investimentos em banda larga

27 de fevereiro de 2025

por Da redação da Abranet

Prestadores de pequeno porte respondem, em média, por 64% do total de investimentos em banda larga

Um balanço da Anatel sobre a atividade econômica das prestadoras de pequeno porte (PPPs) revelou que o grupo é responsável por praticamente dois terços dos investimentos em banda larga realizados no País. As PPPs também respondem por quase metade da receita líquida do segmento e do tráfego movimentado na rede fixa.

Os dados foram compilados pela Superintendência de Competição da Anatel (SCP), a partir de uma metodologia de coleta de dados entre mais de 7 mil prestadoras de pequeno porte. As informações são referentes ao período de 18 meses entre o primeiro trimestre de 2023 e o segundo trimestre de 2024.

A depender do trimestre analisado na série, o valor consolidado dos investimentos no setor varia entre R$ 4,2 bilhões a R$ 5,2 bilhões, de forma que as empresas PPPs são responsáveis, em média, por 64% do total de investimentos no SCM [Serviço de Comunicação Multimídia, denominação formal da banda larga], aponta o relatório.

Ao longo do período de seis trimestres, as PPPs investiram aproximadamente R$ 18 bilhões nas redes fixas, ante R$ 10,2 bilhões das incumbentes no mesmo período, notou a Anatel. A agência justifica a discrepância apontando que as grandes fazem sobretudo investimentos incrementais em redes existentes, por já possuírem infraestrutura consolidada e legada.

Já as PPPs acabariam por injetar, no agregado, valores significativos para construir e ampliar infraestruturas próprias – muitas vezes iniciando construções do zero, nota a Anatel. No início de 2023, as PPPs chegavam a reinvestir uma média de mais de 60% da receita operacional líquida, ainda que o percentual tenha caído em 2024, à medida que a receita cresceu mais que os aportes.

Quando observada a receita operacional líquida (ROL) das PPPs, o cenário é de crescimento no período avaliado pelo relatório. Em média, as pequenas responderam por cerca de 46% do total de receitas do mercado de banda larga no período analisado. Já em termos de receita média por usuário (ARPU), as grandes empresas levam vantagem, com indicador mensal na casa dos R$ 103 ao fim do período analisado. As pequenas, por sua vez, tinham ARPU na casa dos R$ 92 no segundo trimestre de 2024.

Os valores inferiores também podem ser explicados em decorrência destas empresas atuarem em regiões de menor poder aquisitivo, quando comparadas às regiões preferenciais das não-PPPs, bem como por algumas ofertas mais vantajosas que essas empresas disponibilizam aos consumidores na comparação com as incumbentes, aponta a área de competição da Anatel.

Tráfego

No caso do tráfego de dados, a média ponderada elaborada pela Anatel indica as provedoras com na média 46% do volume gerado nas redes de banda larga. Neste caso, o grupo de 13 PPPs maiores (com receita acima de R$ 300 milhões) é responsável por metade do tráfego do conjunto de pequenas operadoras.

Porém, é preciso destacar que, devido a questões envolvendo a possível subnotificação de acessos de algumas PPPs, bem como do trabalho envolvendo a curadoria das informações no tratamento de dados inconsistentes por parte das PPPs, esse indicador é passível de alteração. O Sumário Executivo do Relatório está disponível no Portal da Anatel.

*Com informações do Teletime

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