Deep techs brasileiras se concentram no Sudeste; em especial, em São Paulo

22 de outubro de 2024

por Redação da Abranet

Deep techs brasileiras se concentram no Sudeste; em especial, em São Paulo
Quase 70% das 900 deep techs brasileiras estão situadas na região Sudeste, sendo 55% em São Paulo, entre outras razões, pela disponibilidade de recursos voltados ao fomento dessas startups, especialmente oriundos do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), da FAPESP. As chamadas deep techs são startups voltadas a criar tecnologias baseadas em avanços científicos que possuem ou superaram riscos de desenvolvimento e têm grande potencial de impulsionar mudanças, estabelecer novas indústrias e reinventar as atuais. As constatações são do Relatório Deep Techs Brasil 2024, elaborado pela consultoria Emerge em parceria com o Cubo do Itaú e a CAS, e que destaca que as deep techs vêm ganhando destaque nos cenários de investimento, industrial, governamental e acadêmico por contribuírem para solucionar grandes desafios globais, assim como proporcionar desenvolvimento socioeconômico. Por meio de consultas à base de fomento e apoio a startups com esse perfil, fontes abertas de dados de startups e um mapeamento próprio, a Emerge identificou 875 deep techs no Brasil, atuantes em diversos setores, das quais 55,2% estão localizadas no Estado de São Paulo e 28% já receberam recursos do PIPE-FAPESP. Em nota à imprensa, os autores do documentou apontaram que esse contexto reflete o forte estímulo e apoio ao desenvolvimento de startups, sendo o Estado de São Paulo um pioneiro e sede dos principais ecossistemas de inovação no Brasil. Além disso, abriga algumas das mais renomadas universidades e centros de pesquisa do País, como as universidades de São Paulo (USP), Estadual de Campinas (Unicamp) e Estadual Paulista (Unesp), além do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM).   Desafio de financiamento - Ao contrário de ecossistemas de inovação mais maduros, as deep techs brasileiras demoram mais de cinco anos para iniciarem o crescimento, segundo o estudo. Há organizações que estão no mercado há mais de uma década e ainda não conseguiram avançar no escalonamento de suas tecnologias, constataram os autores. Segundo os autores, o desafio de obter financiamento para o desenvolvimento de tecnologias no Brasil é grande e muitas startups acabam dependentes de editais de fomento ou de subvenção econômica e acabam apresentando um ritmo extremamente lento de crescimento. A maioria das startups deep techs brasileiras mapeadas ainda está focada no desenvolvimento de suas tecnologias, com apenas 30% das organizações avançando para as fases de escalonamento, comercialização e expansão. Essas startups enfrentam um desafio significativo entre o desenvolvimento inicial e final de suas soluções, que passa pela comprovação da viabilidade e aplicabilidade de suas tecnologias para atender a uma demanda de mercado. Programas de subvenção, fomento público e investidores-anjo representam 70% dos investimentos em deep techs brasileiras. No caso das que receberam mais de R$ 5 milhões de investimento, 70% utilizaram recursos públicos, constataram os autores. O modelo de negócio das deep techs brasileiras está concentrado no desenvolvimento de novas tecnologias para venda direta ou licenciamento para grandes indústrias e os principais segmentos de mercado delas são os de saúde e agronegócio. Ao comparar a taxa de crescimento médio dos setores de saúde (19,8%) e agro (20,8%) entre 2015 e 2024, os autores observaram que ela está próxima da média dos demais setores (18,8%). O relatório pode ser acessado pelo site https://emergebrasil.in/panorama-startups-deep-tech-brasileiras/.

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