IA, blockchain e expansão controlada ditam futuro das fintechs brasileiras

23 de setembro de 2024

por Redação da Abranet

IA, blockchain e expansão controlada ditam futuro das fintechs brasileiras
As fintechs brasileiras estão priorizando a sustentabilidade financeira, a otimização de recursos e o crescimento sólido e sustentável, além de apostarem em tecnologias disruptivas, como inteligência artificial e blockchain, apontou a pesquisa Fintech Deep Dive, realizada pela PwC Brasil e ABFintechs e que ouviu fintechs brasileiras entre os meses de julho e agosto de 2024. A oferta de crédito e meios de pagamento continuam a liderar entre os setores de atuação. Ao mesmo tempo, o foco no mercado corporativo (B2B) ganha força, e cresceu de 40% para 64% na edição deste ano, o que mostra uma tendência clara de concentração no atendimento a pessoas jurídicas, especialmente pequenos e médios empresários. A maioria das fintechs ouvidas na pesquisa, 73%, foram fundadas há menos de cinco anos e quase dois terços têm menos de 20 funcionários. Ainda assim, mais da metade delas (51%) já atingiu o ponto de equilíbrio financeiro, com um crescimento moderado entre 1% e 50%. Esse dado indica uma transição para um ambiente econômico mais estável após as flutuações dos últimos anos. Willer Marcondes, sócio da Strategy& e líder de consultoria em serviços financeiros da PwC, destacou que as fintechs estão adotando naturalmente uma abordagem ainda cautelosa de crescimento e captação de investimentos, com as empresas mais jovens em um processo de amadurecimento. Marcondes citou que uma grande barreira enfrentada por essas empresas é a dificuldade de estabelecer uma marca forte e visível, o que é crucial para atrair tanto clientes quanto investidores.  A pesquisa Fintech Deep Dive 2024 também revela um aumento significativo no uso de capital próprio, após um período de maior dependência de fundos em 2023. Enquanto no ano passado, a dependência de investimento de fundos foi de 38%, neste ano reduz para 15%. Isso indica um ambiente de maior cautela, no qual as empresas preferem fortalecer a autonomia financeira e reduzir a exposição a investidores. Os recursos internos representam 69% das fontes de financiamento primário das operações financeiras. Em um ambiente econômico mais estável, a pesquisa revela otimismo para 2024, com mais empresas esperando um crescimento expressivo e uma redução nas expectativas de expansão modesta, refletindo maior confiança no mercado. Neste ano, 55% das empresas pesquisadas projetam aumentos acima dos 100%, frente aos 41% registrados na pesquisa anterior. Entre os principais desafios apresentados, a falta de exposição da marca era vista em 2023 como um desafio para 26% dos participantes, mas chegou a 46% este ano. A concorrência era uma preocupação limitada a poucos atores do setor (4%), mas passou a ser citada por 32% dos entrevistados. A crise econômica/política, em contrapartida, já foi uma questão para 52% das fintechs em busca de investimento, mas este ano foi apontada como um impeditivo para apenas 25%.   

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