Os países do Sul Global, como o Brasil, estão em posições privilegiadas na adoção da IA, porque podem aprender primeiro com outros países, disse Eduardo Magrani, professor do Berkman Klein Center for Internet & Society, um centro de pesquisa da Universidade de Harvard que se concentra no estudo do ciberespaço. Fundado na Harvard Law School, o centro tradicionalmente concentrava-se em questões jurídicas relacionadas à Internet. Falando no Web Summit Rio, Eduardo Magrani explicou que o Brasil está em posição privilegiada de escolher certas tecnologias sem preconceitos, como se vê em diferentes países. Mas, mais do que isso, em tentar descobrir as lições aprendidas em cada região.  Com relação à ética em IA, o professor disse não acreditar que “possamos pensar nesses modelos — sendo o modelo inovador dos EUA, o modelo europeu baseado em direitos, ou o modelo chinês baseado no Estado — como algo para “plug and play”. Acredito que temos que digerir isso de alguma forma; e acho que a cultura e a ética são pilares importantes a serem incluídos e tropicalizados”. E acrescentou: “Quando falamos em Sul Global, também não temos um Sul Global cultural único e homogêneo: as coisas que acontecem no Brasil são completamente diferentes de outros países. No final, quando tentamos implementar fragmentos de IA, quando tentamos implementar a governação da IA, a cultura é um dos pilares mais importantes”.