Estudo mostra falta de confiança dos brasileiros em inovações

09 de abril de 2024

por Redação da Abranet

Há um grande distanciamento entre a sociedade e inovações, como inteligência artificial, medicina genética e alimentos geneticamente modificados. Entre os 28 países pesquisados, a maioria tende a acreditar que inovações na sociedade são mal gerenciadas, apontou o Edelman Trust Barometer 2024, acrescentando que, quando as pessoas têm essa percepção, elas são mais propensas a rejeitar o surgimento dessas novas tecnologias.    O estudo identificou uma grande lacuna entre a confiança nos setores e nas inovações que promovem. Apesar de 79% dos brasileiros afirmarem que as empresas de tecnologia são confiáveis, apenas 53% confiam na IA. O mesmo acontece para as empresas de saúde: 70% confiam em seus negócios, mas apenas 56% confiam em medicina genética. A diferença mais relevante está no setor de alimentos e bebidas, no qual 75% afirmam confiar, mas apenas 31% confiam em alimentos geneticamente modificados, uma diferença de 44 pontos.  As empresas aparecem como as únicas confiáveis – com 63% de confiança - para integrar as inovações na sociedade, garantindo que sejam seguras, compreendidas pelo público, benéficas e acessíveis. Enquanto ONGs (52% de confiança) e mídia (50%) ficam no patamar da neutralidade, a desconfiança predomina em relação ao governo (46%).  Além disso, 56% dos brasileiros acreditam que reguladores governamentais não entendem adequadamente sobre essas inovações para regulá-las de maneira efetiva, 61% afirmam que o governo e as organizações que financiam pesquisas têm muita influência sobre como a ciência é feita e 57% preocupam-se que a ciência se tornou politizada no País.  No Brasil, espera-se que cientistas (82%), acadêmicos (75%) e especialistas técnicos (75%) tenham um papel importante na implementação de inovações.   Apesar de serem as únicas confiadas para integrar inovações na sociedade, a expectativa não é de que empresas atuem sozinhas. Entre os brasileiros ouvidos na 24ª edição do Trust Barometer, 59% confiariam mais nas empresas para fazerem mudanças por meio da tecnologia se elas fizessem isso em colaboração com o governo – um crescimento de 6 pontos desde 2015. Globalmente, houve um aumento significativo de 15 pontos (45% em 2015 para 60% atualmente). Conduzida pelo Edelman Trust Institute, a pesquisa ouviu mais de 32 mil pessoas no mundo.  Sessenta e oito por cento dos brasileiros entrevistados esperam que os CEOs gerenciem as mudanças que estão ocorrendo na sociedade, e não só aquelas que estão relacionadas a seus negócios. Entre os empregados, mais de 8 em cada 10 funcionários consideram importante que seu CEO seja transparente sobre questões como habilidades profissionais para o futuro (88%), o uso ético das tecnologias (86%) e o impacto da automação nos empregos (82%).    

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