Peering: é hora de as empresas de Internet repensarem suas estratégias

30 de abril de 2019

por Roberta Prescott

Em um País com as dimensões continentais do Brasil, conectar-se a pontos de troca de tráfego acaba sendo imprescindível para os provedores de serviços de Internet e pequenos prestadores de serviços de telecomunicações. No entanto, ainda há muito a evoluir neste campo. “Os ISPs precisam evoluir a curva de aprendizado na estratégia de peering”, destacou Felipe Gonçalves Brites, solution marketing da Equinix, em entrevista à Abranet. De acordo com ele estar presente em um Internet Exchange (IX, sigla em inglês para ponto de troca de tráfego) é essencial para se aproximarem dos conteúdos acessos pelos clientes finais e, assim, entregar mais qualidade. O Brasil atualmente conta com IXs administrados pelo Comitê Gestor da Internet e também tem IXs privados, como é o caso da Equinix. Tecnicamente, explicou o gerente de produtos da Equinix, Gabriel Tartaglia, as soluções são parecidas. “Mas o nosso IX é iniciativa privada e temos diferenciais como SLA”, disse. Ambos os executivos reconhecem que o ponto de troca de tráfego de São Paulo está bem desenvolvido, mas ressaltaram que, em um país do tamanho do Brasil, não faz sentido o tráfego estar centralizado em uma única localidade. O IX do Rio de Janeiro ainda é muito pequeno em relação ao de São Paulo, mas maior que os demais. “É preciso distribuir melhor este tráfego geograficamente”, apontou Tartaglia.A Equinix tem IX somente em São Paulo, mas existe a perspectiva de ampliar para a plataforma para o Rio de Janeiro. “Mas continuaria limitado a estas duas metros e hoje temos problema que somente SP e RJ são comercialmente viáveis”, completou. “Faltam os ISPs identificarem que é interessante fazer a troca de tráfego em outras regiões.” Para Felipe Gonçalves Brites, o incremento no consumo de vídeos pela internet representa um desafio para as empresas de Internet e vai demandar que eles tenham de tornar as redes mais robustas, estrutura-las para entregar uma maior velocidade para o cliente final. “Quando olhamos para América Latina, vemos que o principal segmento que vai crescer é o conteúdo digital e isto fará com que os prestasdores de serviços de Internet tenham de repensar a rede deles e fazer interconexão com os provedores de conteúdo”, disse. “Eles vão começar a olhar mais forte para estratégia de interconexão e para a estratégia peering.” 

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