Projetos de internet das coisas são mais locais e menores que anteriormente previstos

30 de novembro de 2016

por Roberta Prescott

Os projetos de internet das coisas são mais locais e menores do que empresas de análise previram anteriormente. Uma pesquisa global realizada, em abril de 2016, pela Current Analysis e Pyramid Research com mil empresas de médio e grande portes (mais de 200 funcionários) em 23 países para elaborar um white paper encomendado por Cisco e Intel, mostrou que 72% das empresas estão implementando projetos de IoT no nível nacional e local e apenas 11% têm projetos globais de aplicativos e soluções internet das coisas. Além disto, a maioria das empresas entrevistadas (45%) possui projetos de médio porte, ou seja, com menos de 500 objetos conectados.   Esta realidade também foi observada no Brasil, onde o estudo considerou respostas de 88 empresas. O País não está atrasado na comparação com os demais, na visão Marcelo Kawanami, gerente de pesquisa da Pyramid Research. Ele apresentou os resultados do estudo e conversou com jornalistas em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (30/11).  “Internet das coisas, como um todo, ainda está emergindo em todos os países, seja desenvolvido ou emergente. A principal diferença é como a cadeia de valor em alguns países está mais madura que outros. Por exemplo, nos Estados Unidos, a AT&T está atuando sendo prestadora de serviço de carro conectado. Isto já é uma evolução”, disse o analista. Kawanami acredita que o Brasil está caminhando para formar um ecossistema, com as empresas verificando qual será o posicionamento delas para gerar mais valor. De acordo com a pesquisa, 73,3% das empresas entrevistadas no Brasil disseram possuir alguma implementação de IoT ou planejam implementar nos próximos 12 meses. Dentre as aplicações que as empresas já adotam ou que planejam adotar, o controle de ativos e pessoas aparece em primeiro lugar, com 36% da preferencia. Sistemas de segurança inteligentes vêm em segundo com 28%, seguido de sistemas inteligentes de automação para precificação de produtos (26%), sistemas preditivos para campanhas de marketing (22%), gerenciamento da cadeia de suprimentos e armazenamento (20%), controle e monitoramento remoto (16%) e sistemas de pagamento inteligente (16%). Kawanami destacou que internet das coisas é tecnologia disruptiva e que pode, sim, criar novas fontes de negócios para as empresas. Para 60% dos entrevistados, o que motiva as empresas a implantarem projetos de internet das coisas é a eficiência operacional ou redução de custos. No entanto, demonstrar o valor para o negócio segue como o maior desafio para 32% das empresas ao implantar projetos IoT no Brasil.  Já 20% das empresas entrevistadas apontaram preocupações relacionadas à segurança; 16%, preocupações relacionadas à privacidade das informações; 12% falaram que o desafio está relacionado à expertise necessária para gerenciar internet das coisas e 8% disseram integrar toda a tecnologia necessária para implementação. Perguntadas sobre o tempo médio esperado para obter retorno dos projetos de IoT — retorno que não necessariamente precisa ser financeiro — 46% das empresas afirmaram esperar algum retorno no prazo de seis a 12 meses, enquanto 29% espera de um a dois anos, 17% quer obter retorno imediatamente e apenas 8% esperaria mais de dois anos. Com relação aos principais benefícios esperados são melhorar eficiência operacional (32%),  reduzir de custos (28%),  aumentar a receita por meio de produtos e serviços já existentes (24%), aumentar receita por meio de novos produtos e serviços (8%) e melhorar o processo de tomada de decisão (8%).

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