Alteração do relatório da CPI deve excluir obrigação de provedores retirarem conteúdo em 48 horas

07 de abril de 2016

por Redação Abranet

Depois de receber críticas, o deputado Esperidião Amim (PP/SC) anunciou que a primeira versão do seu relatório da CPI dos Crimes Cibernéticos terá alterações. Um dos pontos mais polêmicos deve cair, sendo excluída a proposta de obrigar provedores de acesso à Internet a retirar do ar conteúdos ofensivos à honra em até 48 horas após serem notificados pelos ofendidos. Na primeira versão, um Projeto de Lei pedia a alteração do Marco Civil da Internet, determinando procedimento específico para a retirada de conteúdos que atentem contra a honra e outras providências. Pela proposta, ao Marco Civil da Internet seria acrescido artigo dizendo que ao “provedor de aplicações de internet que disponibilize conteúdo gerado por terceiros, identificados ou não, poderá caber responsabilização subsidiária por prejuízos decorrentes da divulgação, sem autorização de seus participantes, de imagens, de vídeos ou de outros materiais que atentem contra a honra de maneira acintosa quando, após o recebimento de notificação pelo participante, vítima ou objeto ou seu representante legal, deixar de promover, dentro do prazo de 48 horas, no âmbito do seu serviço, a indisponibilização desse conteúdo”. O Comitê Gestor da Internet (CGI) havia criticado o relatório, afirmando que as propostas de flexibilização e modificação do Marco Civil da Internet desconsideram todo o processo de construção colaborativa da lei - leia matéria anterior. Além do CGI, um documento — assinado por 48 entidades nacionais e internacionais, como Intervozes (Coletivo Brasil de Comunicação Social) e Proteste (Associação de Consumidores) — foi entregue à comissão afirmando que a proposta poderia inibir a liberdade de expressão e gerar censura. A alteração foi revelada após reunião da CPI, realizada nesta manhã desta quinta-feira (07/04).  O novo relatório deve sair ainda nesta semana e conter mudanças nos sete Projetos de Lei propostos pela CPI Outro item polêmico foi a proposta de considerar endereço IP como dado cadastral.  Esperidião Amim anunciou que a proposta será alterada, para que entre os dados cadastrais não seja exigido o IP. Já sobre o PL que possibilitaria o bloqueio de aplicações de Internet por ordem judicial, o relator informou que este item será aprimorado para não acarretar obstáculos à inovação tecnológica. Durante a reunião de hoje também foi aprovado um requerimento da deputada Mariana Carvalho (PSDB/RO), presidente da Comissão, para que a CPI tenha seu prazo prorrogado por 16 dias, a contar do dia 13 de abril, quando os trabalhos seriam encerrados. O deputado Amim informou que teve o compromisso do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, de aprovar o Requerimento em plenário. Acompanhe: Entenda como as propostas da CPI dos Crimes Cibernéticos afetam os provedores - do portal Abranet CGI rechaça propostas da CPI de Crimes Cibernéticos -  do portal Abranet Relator da CPI de Crimes Cibernéticos exclui ponto polêmico do relatório - da Agência Câmara Confira a íntegra do relatório Relatório da CPI dos Crimes Cibernéticos sugere 19 medidas de combate aos delitos via internet — da Agência Câmara Para CPI, internet ajuda o crime e deve ser vigiada — do Portal Convergência Digital

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