Vendas de PCs no Brasil caem 36% em 2015; tendência mundial aponta retração neste mercado

09 de março de 2016

por Roberta Prescott

As vendas de computadores pessoais (PC, na sigla em inglês) caíram 36% em 2015 na comparação com 2014. A consultoria IDC Brasil anunciou que, no ano passado, foram vendidos 6,6 milhões de computadores entre janeiro e dezembro, sendo 2,6 milhões de desktops e 4 milhões de notebooks. Do total, 32% das unidades foram comercializadas para o mercado corporativo e 68% para consumidor final. Em nota, o analista de pesquisa da IDC Brasil Pedro Hagge afirmou que 2015 foi o pior ano desde 2005, quando o País comercializou quase a mesma quantidade de máquinas, porém se tratava de um mercado novo, que estava em ascensão. Entre as causas do declínio, ele apontou as altas frequentes do dólar e o aumento das taxas de desemprego.  A queda nas receitas de 13%, no entanto, foi menor que a das unidades vendidas. A explicação se dá devido ao valor médio do computador comercializado que passou de R$ 1694, em 2014, para R$ 2323, ou seja, o tíquete médio cresceu 37%. Hagge declarou em nota que o consumidor brasileiro está mais exigente e prefere equipamentos mais robustos, e os fabricantes, por sua vez, não conseguem oferecer máquinas mais potentes por preços mais baixos. Contexto global O cenário brasileiro de comercialização de PCs precisa ser analisado dentro do contexto global. A própria IDC anunciou em janeiro que as vendas mundiais de PCs caíram 10,6% no quarto trimestre de 2015. Os dados relativos ao ano inteiro não foram encontrados no site da IDC. Perguntada, a assessoria de imprensa da IDC Brasil respondeu que “infelizmente não tem os dados da IDC mundial e os analistas não têm acesso a esses números”.  A consultoria afirmou, na nota de divulgação dos dados relativo ao 4T15, que o resultado estava em linha com as expectativas conservadoras da empresa, mas ressaltou que desde 2008 não eram vendidos menos de 300 milhões de computadores por ano mundialmente. A retração de 10,6% no trimestre também é a maior obtida desde a queda de 9,8% registrada em 2013. No release de resultados, a IDC pontuou que o mercado de PCs continua a enfrentar desafios persistentes que incluem um ciclo de vida mais longo dos aparelhos, além da forte concorrência com telefones celulares e tablets, apesar da desaceleração do crescimento nestes mercados. As questões econômicas, como a queda dos preços das commodities e a desvalorização das moedas frente ao dólar também contribuíram para a retração.    Previsão para 2016 A tendência para o mercado brasileiro é que a retração no mercado de PCs se repita em 2016, destacou a IDC. A previsão é de queda de 18% em unidades e um crescimento de 20% no tíquete médio. Com o fim da Lei do Bem, os preços dos computadores devem ficar, no mínimo, 10% mais altos na comparação com o ano passado, adiantou Hagge.

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