Internet das coisas demanda boas práticas e não regulação prévia

25 de setembro de 2015

por Roberta Prescott

A chamada Internet das coisas deve adicionar complexidade à atual rede mundial. Virgílio Almeida, do Comitê Gestor da Internet (CGI), afirmou, durante painel no 2º Congresso Brasileiro de Internet, realizado pela Abranet, será preciso que os diversos pilares do ecossistema, como sociedade civil, como governo, empresas privadas e academias criem juntos políticas que garantam as boas práticas. “Tudo deve ser discutido com os diversos atores para garantir sustentabilidade do sistema no futuro”, defendeu. “As questões não estão definidas hoje como, por exemplo, qual será a rede, como os dados serão coletados. São questões muito novas e o tratamento vai depender do uso. Privacidade e segurança são os dois grandes problemas”, disse. Virgílio Almeida explicou que, uma vez sedimentadas, as boas práticas podem virar legislação como foi o caso do Marco Civil da Internet. Para ele, o Governo tem de oferecer uma liderança neste setor proporcionando investimentos em pesquisa e desenvolvimento, fomentando discussões com a sociedade para criação de praticas e padrões, e propiciando um ambiente que permita que a Internet das coisas evolua em termos econômicos e traga benefícios para a sociedade.  Marcel Leonardi, do Google, defendeu que a ausência de regulamentação restritiva permite todas as inovações. “Ao restringir, regulamentar, com base nos piores casos, pode-se não deixar florecer os melhores casos”, disse. “O modelo que temos de ter é uma regulação ex post com relugação dos abusos.”   Para Demi Getschko, presidente do Nic.br e considerado um dos ‘pais da Internet no Brasil, em vez de regular por tecnologias, deve-se criar conceitos que não sejam violados. “A segurança jurídica passa por uma legislação conceitual e estável, que passe pelos princípios do direito humano.” Evolução Na visão de Getschko, a Internet das coisas não se trata de algo extremamente diferente. Seria mais uma evolução da rede, afinal, há tempos os dispositivos contam com enorme capacidade embarcada e podem ser controlados remotamente.   A maior complexidade da Internet das coisas virá de fatores como a integração de diferentes  tecnologias e arquiteturas, além, claro, do estabelecimento de regras para a coleta e exploração de dados. “A Internet das coisas oferece uma oportunidade econômica importante para o País, com surgimento de novos e serviços e produtos. O futuro será digital”, finalizou Virgílio Almeida. Assistam o debate.

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