Para presidente do CADE, análise antitruste precisa se adaptar à internet

25 de setembro de 2015

por Por Luis Osvaldo Grossmann*

Mais do que trazer novas formas de competição na economia, a internet altera fatores importantes nas relações comerciais para os quais os órgãos de defesa da concorrência não estão preparados. O alerta é da principal autoridade antitruste no país, o presidente do Cade, Vinícius Carvalho.“Na análise tradicional, o preço é o fator fundamental. O problema é que quando a gente fala de mercados relacionados à economia digital, preço não é muitas vezes a variável mais importante. Condutas exclusionárias, que não necessariamente teriam impacto anticompetitivo do ponto de vista de preço, podem ter do ponto de vista de concorrência potencial”, disse ao participar do Congresso Abranet 2015, em Brasília.Nesse ambiente digital, lembra ele, “é comum que não se pague nada” – ao menos em moeda. Aí, “concentrações de poder, integrações verticais, relações de exclusividade não geram aumento de preço para o consumidor final, nem redução. Dessa perspectiva, tenderia a haver uma postura bastante leniente do órgão de defesa da concorrência, uma vez que não tem impacto em preço”.“Qualquer intervenção do órgão antitruste pode ser desastrosa – é especialista em um método que não se adequa a isso”, afirma. Por isso mesmo, órgãos como o Cade ou congêneres precisam se adaptar. “Tem que olhar outras coisas que não só o preço e onde se dá o padrão competitivo das empresas que atuam nesse mercado, onde ele está alocado. E aí vamos olhar para coisas como base de dados pessoais, um ativo desse mercado.Assitam o posicionamento do presidente do CADE, Vinicius Carvalho,sobre a Economia Digital * Luis Osvaldo Grossmann é  repórter do portal Convergência Digital

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