Comcast concorda com Obama na neutralidade de rede, mas discorda da reclassificação de ISPs

14 de novembro de 2014

por Roberta Prescott

Comcast concorda com Obama na neutralidade de rede, mas discorda da reclassificação de ISPs
Depois de o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama defender publicamente a neutralidade de rede — na ocasião ele também clamou que os provedores de conexão à Internet sejam tratados como operadoras de telecomunicações —, a Comcast, maior provedora de banda larga dos EUA, disse que concorda com o presidente e que suporta a neutralidade de rede. A Comcast, contudo, disse que discorda do Obama em reclassificar os provedores de banda larga como prestadores de serviços de telecomunicação, como Title II. A justificativa é que a mudança colocaria em risco os significativos investimentos que as ISPs têm feito (em 2013, os maiores provedores de Internet investiram juntos US$ 46 bilhões na economia americana) e diminuiria a inovação e a criação de emprego como resultado direto. Em um post em seu blog corporativo, a Comcast afirmou que vem expressando seu suporte à internet aberta. A provedora, inclusive, aproveitou o espaço para enumerar algumas de suas ações. Disse, por exemplo, que faz parte de sua prática a Internet livre e aberta, que não pratica o bloqueio, o estrangulamento e a priorização paga de tráfego. Afirma ainda que é a favor do aumento da transparência na Internet.  Apesar das palavras bonitas, a Comcast forçou a Netflix a fechar um acordo comercial para que seu conteúdo de streaming fosse entregue aos usuários de forma mais rápida. Conforme foi explicado por Paula Pinha, diretora de políticas públicas da Netflix EUA, durante o VII Seminário TelComp 2014, a Comcast reduziu drasticamente a velocidade da transmissão da Netflix de modo que ficou inviável para os usuários consumirem vídeos online. A saída foi fechar, em fevereiro deste ano, um acordo de interconexão. Em abril, a velocidade no acesso ao provedor de filmes e séries pelos clientes da maior ofertante de banda larga dos Estados Unidos já havia aumentado 65%.

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