Para reduzir custo para ISPs, Netflix coloca conteúdo perto dos provedores

11 de novembro de 2014

por Roberta Prescott

Com 50 milhões de clientes mundialmente, o Netflix, serviço de vídeo sob demanda por meio da internet, tem sido um ponto importante na discussão sobre o impacto das OTT (over-the-tops) para as redes das operadoras e para os provedores de internet. Durante painel no VII Seminário TelComp 2014, Paula Pinha, diretora de políticas públicas do Netflix EUA, destacou que as OTTs vêm criando um mercado de conteúdo que não exista antes, o que fomenta a demanda por mais velocidade de conexão. Mas, se por um lado o surgimento das empresas de conteúdo fornecido pela internet estimula um maior uso da banda larga, por outro, onera quem detém as redes. Para tentar diminuir esta conta e reduzir o custo dos provedores de internet, Paula Pinha ressaltou que o Netflix aposta em ter infraestrutura própria de CDN (Content Delivery Network). Estamos trabalhando para reduzir o custo das operadoras. Elas não vão ter de ir a Miami pegar o nosso conteúdo. Nós o trazemos para cá por meio da CDN.” O Netflix também faz uso de cash e pontos de troca de tráfego para reduzir a latência e melhorar a qualidade. Esta estratégia integra a iniciativa Netflix Open Connect (leia mais aqui). Em sua apresentação, Paula Pinha defendeu que é necessário olhar a neutralidade de rede de forma mais ampla de forma a não contentar apenas a última milha, mas toda a rede. Foi uma resposta ao que levou o Netflix a ter de fechar acordo financeiro com a Comcast. “A operadora diminuiu o acesso da Netflix aos usuários.” No caso do Brasil, há uma discussão em curso sobre se acordos deste tipo poderiam ou não entrar em vigor, por causa da entrada em vigor do Marco Civil da Internet.    

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