W3C prevê um laboratório para Internet das Coisas no Brasil

26 de setembro de 2014

por Ana Paula Lobo*

A evolução, os desafios e o caráter multifacetado da Internet e da Internet das Coisas foram destaques da conferência Web.br, realizada pelo escritório brasileiro do W3C, instalado na sede do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), braço executivo do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). O evento contou com a participação de mais de 400 pessoas – entre desenvolvedores, usuários, startups e pesquisadores.O secretário executivo do CGI.br, Hartmut Glaser, enfatizou a importância do evento. A Web.br cria um ambiente para debater o desenvolvimento e a inovação. É um espaço para que tendências e boas práticas continuem aparecendo e sejam discutidas. Isso contribui para um Brasil e mundo mais conectado. A apresentação inicial foi realizada pelo palestrante internacional Doug Schepers, líder de relacionamento com desenvolvedores do W3C. Ele abordou o uso do SVG (Scalable Vector Graphics) com precisão, tratando a sua origem em 1998, a queda em 2001 a partir da popularização do Flash e a nova ascensão, em meados de 2005, que perdura até hoje. Os usos mais comuns do SVG são para ícones, backgrounds, logos, visualização de dados (D3.js), games e aplicações. Schepers defendeu uma Web aberta e também reforçou a relevância do design responsivo e adoção de acessibilidade nos sites. É gratificante tornar sua informação mais compreensível e satisfatória para todos os usuários, considerou. Ele também fez previsões sobre o futuro do SVG, a exemplo de mais integração com HTML e CSS.“A Internet e a web das coisas são temas relevantes da Rede hoje. O W3C internacional criou um grupo para discutir o assunto considerando a Web a melhor plataforma de troca de dados para a Internet das coisas. Também estamos trabalhando esse tema no Brasil e, em breve, teremos projetos com esse foco em um laboratório de experimentação para tecnologias da Web, afirmou Vagner Diniz, gerente do escritório brasileiro do W3C.Não por acaso, o painel sobre Internet e Web das Coisas, que teve mediação de Yasodara Cordova, developer relations do escritório brasileiro do W3C, abordou os principais desafios nas áreas de infraestrutura, desenvolvimento e mercado. O gerente de projetos e desenvolvimento do NIC.br, Antônio Moreiras, trouxe uma visão evolutiva, explicando desde a criação da Internet ao momento atual. Estamos vivendo a era da tecnologia calma, que recua para o pano de fundo das nossas vidas e se integra ao nosso dia a dia. Os computadores tendem a ficar invisíveis, comentou, citando conceitos de computação ubíqua desenvolvidos pelo cientista Mark Weiser. Quem também participou da apresentação foi Thiago Rondon, CEO da B-Datum, que abordou os destaques na área de desenvolvimento. Ele citou casos promissores de aplicativos e dispositivos conectados entre si, a exemplo de projeto que está desenvolvendo em parceria com o MIT (Massachusetts Institute of Technology) em que os cidadãos poderão fiscalizar os planos dos governantes a partir de aplicativos mobiles e dispositivos instalados em pontos estratégicos da cidade.O professor da ESPM Marcelo Pimenta, ficou responsável por comentar as perspectivas de mercado e impactos nos novos negócios. Ele reforçou que a Internet e web das coisas deve ser aproveitada por empreendedores criativos, ilustrando sua apresentação com projetos que prosperaram por meio da plataforma de crowdfunding Kickstarter - entre eles, uma iniciativa brasileira de skate elétrico que se transforma em mochila.A Internet e web das Coisas voltou a ser discutida em painel apresentado pelo engenheiro Marcelus Guirardello, gerente da Prodam - Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Município de São Paulo. Ele enfatizou a aplicação residencial e pública da Internet e web das coisas com o intuito de solucionar problemas do cotidiano. Nos veículos, por exemplo, é importante que o motorista não perceba a automação, para que fique livre de tarefas e possa fazer uma direção livre e segura. Dentro de casa, a Internet das coisas vai nos dizer, ou pelo menos nos ajudar a saber, se está tudo certo, além de facilitar a vida em diversas situações, afirmou.

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