Decisão sobre controle da IANA sai até janeiro

27 de agosto de 2014

por Roberta Prescott

A discussão sobre quem herdará o controle dos trabalhos da IANA, sigla em inglês para Autoridade para Designação de Números da Internet, deve começar a dar frutos até janeiro, porque é preciso apresentar, em tempo hábil, uma proposta para os Estados Unidos avaliarem, já que o atual contrato do governo dos Estados Unidos com a ICANN (em português, Corporação da Internet para Atribuição de Nomes e Números) para gerenciar as funções técnicas de DNS expira em 30 de setembro de 2015.   “Hoje, há 42 pessoas discutindo para primeiro tentar chegar a um consenso sobre quem deve operar a IANA. Isto deve começar a andar até janeiro”, afirmou Demi Getschko, conselheiro do Comitê Gestor da Internet (CGI.br), diretor-presidente do  Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) e  professor-associado da PUC-Campinas, durante Ciclo de Debates promovido pela camara-e.net. No entanto, o especialista destacou que ainda há muita opinião divergente, mesmo dentro de um país. Como exemplo, Getschko citou o Brasil onde a Anatel acha que a União Internacional de Telecomunicações (UIT) deve ficar no controle, enquanto o Comitê Gestor da Internet acha que tem de ser um órgão multissetorial.   Em julho deste ano, em entrevista ao portal Abranet, Vanda Scartezini, representante para a América Latina da ONG PIR, afirmou que tudo indica que o controle deve ser exercido por uma entidade multissetorial. Para Getschko, os Estados Unidos ficaram muito em cima disto. Eles não intervieram, mas podiam tê-lo feito. Agora, há grupos com agendas distintas sobre o que fazer. “Se os EUA tivessem aberto mão do controle da IANA há cinco anos, ninguém teria notado”, afirmou Getschko, que também integra um dos comitês envolvidos na decisão. “Não faz sentido o controle da IANA sair dos Estados Unidos e ir para ONU ou para outro país. É preciso escutar os técnicos.”

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