A hora de migrar para IPv6 é agora

21 de agosto de 2014

por Roberta Prescott

Diante do esgotamento do IPv6, não há razões para os provedores de internet postergarem a implantação da nova versão do protocolo Internet. Adotado por muitas empresas, o compartilhamento de IP por meio do CGNAT, do inglês carrier-grade NAT (Network address translation), usado por muitas empresas para evitar a mudança é apenas uma medida paliativa, advertem especialistas.   “Quando um provedor faz uso do compartilhamento de IPs, ele pode ter problemas com a justiça se lhe for solicitada a identificação do usuário. Um paliativo é a guarda da porta de origem para conseguir fazer esta identificação”, explica Antonio M. Moreiras, gerente de projetos e desenvolvimento do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). O estoque de endereços IPv4 não alocados na região do LACNIC — América Latina e Caribe acabou no dia 10 de junho 2014, três anos após a Ásia e quase dois anos após a Europa. Isto significa que o estoque chegou ao limite de aproximadamente 4 milhões de endereços livres. No entanto, na prática, para os provedores de internet de grande porte, os endereços IPv4 acabaram, pois os lotes restantes são insuficientes para a demanda deles. Já para os menores provedores, há uma sobrevida, porque para muitos um lote de mil IPs é satisfatório. No longo prazo, mesmo o menor dos provedores deverá adequar todos seus sistemas para IPv6. “É importante ressaltar que não existe uma migração [completa] para o protocolo IPv6. Por muitos anos, os protocolos IPv4 e IPv6 deverão conviver juntos para permitir uma transição gradual e tranquila para o protocolo IPv6”, explica Ricardo Pierini, CSO (diretor de segurança) da Pinpoint, empresa brasileira especializada em gerenciamento e soluções de TI e redes.   A lenta migração não está ocorrendo apenas no Brasil. O Google estima que no País apenas 0,06% dos dados que trafegam na Internet usem IPv6. O porcentual é bastante baixo, mas, mundialmente, este porcentual está na casa dos 3,5%. Uma das explicações é que a dificuldade para fazer com que todos os elos da cadeira adaptem-se ao IPv6. Quem sair na frente, no entanto, deve ter vantagens. Um exemplo vem do interior de São Paulo, mais precisamente de Cerquilho. Desde janeiro deste ano, a Fasternet, provedor de acesso à internet que, atualmente, cobre 20 municípios da região, trabalha para distribuir para seus clientes roteadores D-Link que suportam o novo padrão IPv6. A fase de levar IPv6 para a casa do cliente ocorreu após o provedor ter migrado sua rede para o novo protocolo. “Queríamos nos adiantar ao problema inevitável, que é a falta de endereços IPv4”, relata Eric Val, diretor de TI da Fasternet. A adoção de IPv6 por parte dos provedores de Internet é um dos temas a serem discutidos no evento da Abranet “Desafios e Oportunidades: Profissionais da Internet”, que ocorre entre 26 e 27 de agosto em Belo Horizonte. Para mais informações, acesse: http://www.abranetbelohorizonte.eventize.com.br/ >>> Leia também reportagem completa sobre IPv6 na edição de número 9 da revista Abranet.

leia

também