Presidente da Anatel cobra mais concorrência na TV paga

07 de agosto de 2014

por Roberta Prescott

Presidente da Anatel cobra mais concorrência na TV paga
A competição no setor de TV por assinatura ainda precisa avançar, destacou João Rezende, presidente da Anatel, durante discurso na abertura da ABTA 2014, evento que ocorre nesta semana em São Paulo. Atualmente, este segmento é controlado por dois grandes grupos. As empresas do conglomerado mexicano América Móvil (Claro, Embratel e NET) detêm 53,28% do mercado com 10.105.578 assinantes; e, em segundo lugar, está a SKY/DirecTV, com 29,61%. A terceira colocada Oi tem somente 4,67%, enquanto a GVT, do grupo francês Vivendi, responde por 4,21% do total do mercado. “É preciso fazer um processo de expansão”, ressaltou Rezende, comentando algumas medidas da Anatel, como o ainda pendente acordo com a Aneel para o compartilhamento de postes, que, segundo o presidente da Anatel, está com a procuradoria. “Sabemos que não tem a velocidade que o mercado necessita”, reconheceu. Se a Telefônica, que hoje possui 3,63% do mercado de TV por assinatura, concretizar a compra da GVT — a oferta de R$ 20,1 bilhões foi anunciada na terça-feira (5/8) —, a telco sobe para terceiro lugar com cerca de 1,4 milhão de assinantes (isto, se o Conselho Administrativo de Defesa Econômica autorizar a transação e a Telefônica puder permanecer com as duas operações em São Paulo). Já o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, enfatizou o crescimento que o segmento de TV por assinatura teve nos últimos anos, chegando a 18,97 milhões de assinantes em junho. Ainda que a taxa de crescimento tenha diminuído nos últimos anos, na comparação anual (junho/2013 versus junho/2014), a taxa de assinantes cresceu 11,75%. “Temos de acelerar o crescimento novamente, porque existe uma demanda enorme de pessoas querendo ter acesso ao serviço”, disse. Em 2011, o número de assinantes aumentou 30,45% em relação a 2010; já em 2012 o incremento foi de 27,30% contra 2011 e em 2013 a taxa de crescimento caiu para 11,31% na comparação com 2012.  Bernardo citou o Sistema de Negociação de Ofertas no Atacado (Snoa) e o RePNBL (Regime Especial de Tributação do Programa Nacional de Banda Larga) como mecanismos para aumentar a concorrência, já que incentivam as pequenas empresas a disputarem nichos de mercado. “Existe uma demanda enorme que não é atendida, mas é preciso ter infraestrutura nas áreas de menor desenvolvimento econômico. Para isto, é preciso dar subsídios para as empresas entrarem”, explicou.    

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