Neutralidade de rede: Viber diz que nunca sofreu tentativa de restrição de banda no Brasil

22 de julho de 2014

por Roberta Prescott

Neutralidade de rede: Viber diz que nunca sofreu tentativa de restrição de banda no Brasil
No Brasil, o Viber, aplicativo para troca de mensagens e ligações usando a internet, nunca sofreu tentativa de restrição de banda, tanto por parte das operadoras móveis como dos provedores de internet. A afirmação do gerente-geral para o Brasil do Viber, Luiz Felipe Barros, é um alento em meio às discussões sobre a neutralidade de rede, principalmente, após a entrada em vigor do Marco Civil da Internet. O princípio da neutralidade de rede diz que não se pode privilegiar ou prejudicar um aplicativo em detrimento de outro, ou seja, tem de haver tratamento isonômico na oferta de quaisquer pacotes de dados, sem distinção por conteúdo. Em entrevista exclusiva ao site Abranet, Barros disse que a empresa monitora as redes e que no País nunca esbarrou em problemas, pelo menos por enquanto. “Temos tecnologia para identificar qualquer restrição ou limitação de banda. Monitoramos constantemente o desempenho.” Se, por um lado, algumas operadoras móveis enxergam os aplicativos como WhatsApp, WeChat, Line e Viber como concorrentes que canibalizam a receita com SMS, por outro, estes mesmos programas incentivam a contratação de planos de dados. “Posso ser aliado das operadoras e dos provedores”, enfatiza Barros. Sem dizer quais são, o executivo disse que está conversando com algumas telcos para fechar parcerias para, por exemplo, prover acesso grátis ao Viber, nos mesmos moldes que Twitter e Facebook têm com algumas operadoras. “Nada estimula mais o uso de internet móvel que aplicativos como o Viber. E dados são a melhor receita que a operadora pode ter, porque a margem é alta.”  O mesmo ocorre, na visão de Barros, com os provedores de internet. Para ele, o uso de programas de comunicação com o Viber estimula o internauta a querer uma internet melhor.  Sobre o Marco Civil, Barros avalia que o texto é dúbio, mas ressalta que o texto do relator, Alessandro Molon (PT-RJ), é claro quanto aos objetivos de neutralidade. De acordo com Molon, “não há necessidade de regulamentação para a liberdade de expressão, nem mesmo para o conceito de neutralidade de rede. Já está em vigor. No caso da neutralidade, há uma regulamentação sobre as exceções. Mas a regra geral já está valendo”. Modelo de negócio De acordo com Barros, o Viber tem hoje 17 milhões de usuários ativos (que usou o aplicativo pelo menos uma vez no mês) e 400 milhões mundialmente. O número é bastante inferior ao registrado pelo maior concorrente. O executivo calcula que o WhatsApp tenha por volta de 50 milhões de usuários no País.  Para Barros, a liderança do WhatsApp no mercado brasileiro pode ser explicada devido à qualidade da banda larga, já que o concorrente tende a ser o número um nos mercados onde a internet é ruim, enquanto o Viber é líder nos lugares onde a internet é rápida. No Brasil, são quatro os principais aplicativos de trocas de mensagens e ligações VoIP (voz sobre IP): WhatsApp, Viber, WeChat e Line.  “Primeiro queremos ser entendidos como aplicativo completo, que oferece não apenas voz, e também não está somente nos smartphones”, diz Barros — o Viber também tem versão para computadores e tablets. O objetivo é fomentar o uso no dia a dia das pessoas. Para isto, Barros trabalha para aumentar o ecossistema de parceiros de modo a fomentar inovações.  Desde que começou a operar formalmente no País, com escritório próprio, em janeiro deste ano, Viber viu sua base crescer. A meta é fechar 2014 com 20 milhões de usuários.    Barros explica que a monetização se dá por meio da venda das figurinhas (stickers) e das ligações para telefones fixos e celulares (Viber Out). Em breve, serão lançados mundialmente jogos para os usuários, além de dois novos recursos. Um deles é o vídeo para celular em alta definição.  

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