Lentidão na rede do cliente pode ser falta de capacidade do roteador

21 de julho de 2014

por Roberta Prescott

Lentidão na rede do cliente pode ser falta de capacidade do roteador
A discussão sobre a última milha pode ganhar um capítulo extra com a incorporação dos roteadores oferecidos pelos provedores de internet (ISP, na sigla em inglês) para fornecer internet sem fio na casa do cliente. Até que ponto estes equipamentos interferem na velocidade da banda larga? Para José Ricardo Girard, gerente de ISP da D-Link, esta relação não apenas existe como, muitas vezes, o provedor pode ser culpado por entregar baixa qualidade de internet quando, na verdade, o roteador não está adequado para o tipo de utilização.  “Por exemplo, um roteador wireless de 150 Mbps pode não ser suficiente se o cliente tiver muitas conexões penduradas nele”, explica Girard. Ainda que o roteador não aumente a banda contratada pelo cliente com o provedor, um aparelho mais moderno possui aperfeiçoamentos que podem ajudar a melhorar o desempenho da conexão em comparação a um modelo antigo.  Os roteadores mais modernos possuem tecnologias para melhorar o uso da rede local sem fio, tornando mais ágeis a conexão e a troca de arquivos entre vários equipamentos. “O provedor precisa entender que o cliente pode recamar do link e, na verdade, o problema é que o roteador não aguenta tantas conexões. Ainda mais agora com as smart TV.”  Atualmente, os padrões mais usados são o IEEE 802.11g, que usa a frequência de 2,4 GHz e tem capacidade teórica de 54 Mbps, e o IEEE 802.11n, que usa as frequências de 2,4 GHz e/ou 5 GHz com capacidade teórica de 65 Mbps a 600 Mbps. Porém, devido ao aumento no número de dispositivos conectados ao Wi-Fi, estes padrões tendem a ficar obsoletos.  Já quinta geração das redes sem fio, a IEEE 802.11ac, mais que dobra a velocidade, passando para a casa dos gigabits por segundo, e usa as frequências de 2.4 GHz e 5 GHz. Outra melhoria é a transmissão mais inteligente. Em vez de propagar as ondas de modo uniforme para todas as direções, os roteadores wireless no padrão 802.11ac reforçam o sinal para os locais onde há dispositivos conectados. Isto garante melhor desempenho da rede Wi-Fi.  No entanto, a adoção deste tipo de roteador segue lenta, principalmente, devido ao custo mais elevado em relação aos outros modelos. O gerente de ISP da D-Link explica que os provedores de internet têm optado pelas versões anteriores, porque são mais baratas e o produto é oferecido, normalmente, de graça, em forma de comodato ao cliente.  Para contornar este impasse, uma sugestão para os provedores de internet é criar um modelo de negócio no qual eles oferecessem um roteador básico dentro do pacote, mas que dessem ao contratante a opção de migrar para equipamentos mais parrudos mediante cobrança, que poderia ser como serviço ou a compra do roteador.  Dentro do competitivo mercado dos provedores de internet, melhorar a rede sem fio na casa do cliente é um instrumento de fidelização. Além dos roteadores mais modernos, os provedores também poderiam analisar o ambiente do cliente e ofertar replicadores de Wi-Fi, que aumentam o alcance do sinal. Com isto, melhoram não só o desempenho da rede como a percepção do usuário com relação ao serviço prestado. 

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