Provedores pedem ofertas de atacado para redes da telefonia móvel

16 de julho de 2014

por Luís Osvaldo Grossmann e Luiz Queiroz

Ao discutir a evolução do sistema de negociações de ofertas de atacado, plataforma digital que a Anatel inaugurou no ano passado, a agência comemorou resultados positivos, como a queda de preços nas ofertas dos detentores de redes. E embora possam questionar até onde o sistema começa a misturar acertos de Internet com telecomunicações, provedores defendem um novo passo: incluir as redes de telefonia móvel no mesmo sistema. “No passado a gente brigava para comprar DSL em unbundling, mas não fomos felizes, os preços não eram competitivos. Mas porque não podemos tentar atacado no SMP? Poderíamos comprar enlaces de SMP para clientes, colocar isso no SNOA, comprar no atacado e vender no varejo. Óbvio que tem outras questões, mas seria importante”, defendeu o presidente do Conselho da Abranet, Eduardo Parajo. A Anatel, no entanto, prefere deixar essa questão separada, específica para os acertos no modelo de operadora virtual, ou MVNO. “Enquanto o mercado não apresentar problemas não temos pretensão de intervir. A gente não tem reclamação administrativa sobre atacado de acesso móvel, de alguém que quis fazer MVNO com as empresas e não conseguiu”, diz o superintendente de Competição da agência, Carlos Baigorri. Parajo lembra que os serviços de telecomunicações são essenciais para a oferta de acesso à Internet, mas lamenta a confusão entre os dois mundos e, mesmo, o tratamento da Anatel ao incluir nos contratos de interligação de redes a conexão IP. “O SNOA é importante. Mas tem que separar as coisas. As ofertas tem que se concentrar nos links de alta capacidade ponto a ponto”, afirma. O debate sobre o SNOA foi promovido no 38º Encontro Telesíntese, em Brasília, nesta terça 15/7. Segundo ele,  “misturar IP nisso vai gerar mais distorções”, que ele entende facilitadas com a combinação de um outro serviço – a conexão IP, que pode ser suficientemente competitiva sem intervenção do regulador. “Se não focarmos nas ofertas de enlace ponto a ponto, a um preço relativamente agressivo e de atacado, é difícil que agência chegue no objetivo de preço de países desenvolvidos. Estamos em R$ 60 como menor preço. Como chegar a US$ 1. Assistam ao vídeo com a  participação do presidente do Conselho da Abranet, Eduardo Parajo.

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